quarta-feira, 29 de junho de 2011

broken.


Ninguém sabe, mas enquanto todo mundo prefere estar sozinho, eu só quero não estar.
Ninguém tem visto a dor que eu tenho carregado durante todos esses dias, meu sorriso torto me ajuda a disfarçar, e disfarço tão bem que quase esqueço.
Esqueço? Esqueço nada.
Sinto na pele a cada dia.
Preciso de pessoas. Pessoas que me deem qualquer tipo de valor. Sou vulnerável, sou fácil.
Tudo que eu peço é um pouco mais de amor, carinho, companherismo e importância.
E uma cola que junte os pedaços rasgados do meu coração.

Tem horas que a gente fala.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Retórico. Sem sentido ou conclusão.

Eu quase transbordei o copo de leite com 750 mL. Eu enchi o copo de leite, quase como por completo.
Eu não quero beber todo esse leite, mas pareceu ser uma quantidade tão exata ao encher o copo até a borda. Isso porque fui ensinada desse jeito, a colocar o líquido até a beira do copo.
Enquanto eu queria encher o copo até a borda, famílias queriam encher um dedo do copo.
E pra onde vai todo esse leite que eu não quero beber? Para um reservatório de leite "reaproveitado" é que não.
E pra onde vão todas essas famílias? Para debaixo da terra bem talvez.
E se eu beber todo o leite? E se eu todo dia encher o copo de 750 mL não só com leite mas com tudo que eu for beber? E se eu começar a aguentar essa quantidade, e em conseqüência disso minhas roupas aumentarem até a linha da obesidade, e uma doença ou um infarto proveniente da obesidade me leve, para baixo da terra, onde aquele filho do pobre que não bebeu o leite que me matou foi morto pelo mesmo?
O leite ou o copo estarão em nossos atestados de óbito?

E que tal se eu jogar o leite fora? Assim, não bebo, não me acostumo, não fico obesa, e em contrapartida não me sinto culpada pela morte do filho do pobre.
Salvei o mundo então eu ao jogar o leite fora? Livrei minha culpa e lavei minha consciência?

E que tal se invés disso, a fábrica que produz o copo produzisse copos menores, para que eu continue enchendo o meu até a borda, sem ficar obesa, sem me matar e matar aos outros?
Será que uma atitude de uma parte tão longe de mim salvaria a mim e ao mundo?
Será que eu ia querer o copo menor no lugar do copo grande?

Será, que a atitude então, do fabricante do copo e minha seria o suficiente pra salvar a minha vida e a vida do filho do pobre? Será que se eu não beber esse leite, eu vou procurar o pobre pra que ele beba?

Será que, se eu der o leite que não quero pro filho do pobre, eu vou salvá-lo?
Será então, eu o vilão da história ou a vitima?
Tão vitima quanto o filho do pobre ou tão vilão quanto o assassino da esquina.