quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Amor?


Quando eu era pequena, achava que sentia dor.
Achava que já sabia o que era sofrer, na pele. Chorava, ficava triste, escrevia, esperava que um dia chegasse minha vez.
Não querendo contar minha infância toda, parto logo pra pré-adolescência, quando descobri o verdadeiro significado da palavra "amigo", ou o significado que podia ter na época. Não me queixo, nem um pouco. Deus colocou pessoas certas na minha vida, das quais mesmo distante, faço parte até os dias de hoje, e das quais amo na mesma proporção e pretendo continuar assim pro resto da vida. A adolescência me mostrou um sentido mais real da palavra amizade, um sentido palpável e real da palavra AMOR.

Amor, não aquele que eu sentia por um menininho na quinta série, de ficar escrevendo o nome nas dobras de papéis, querendo que fosse meu namoradinho e conversando horas e horas com minhas amigas, com risadinhas infantis e envergonhadas ao fundo.
Amor num sentido diferente, usando realmente o coração. Fui apresentada a diversos tipos e intensidades de amores, e eu, que com 10 anos já pensava saber tudo, fui apresentada a tudo novamente, intensamente.

Hoje em dia, vos digo que sei o que é dor no coração, dor sentimental. E não, não é bobeira.
Hoje, afirmo que preferia dores físicas intensas a dores emocionais. Todo aquele papo de novela é todo real, só que mais intenso. E eu, que achava que "sentimento" era bobeira, levo essa carga como carro chefe em minha vida, muitas vezes involuntariamente.
Hoje digo que não há nada pior do que sofrer sem dor física, porque a marca emocional, não sai. A marca emocional, não tem como esquecer, porque ela pesa todo seu caminho.

Tenho pensado sinceramente que a solução pra todos os meus problemas é a superficialidade. Já moldei muito meu coração de criança, coração de não guardar mágoas, e achar que amar tudo e todos era solução.
Pode até ser, mas não pra um coração que já se machucou e calejou o suficiente.
Hoje encontro-me neutra, hoje encontro-me procurando e decidindo um caminho, que não o amor, pra continuar a viver.
Sem facilidade.

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